domingo, 18 de abril de 2010

Cancão - Uma Árvore um Amigo


Uma Árvore, um Amigo


Uma árvore, um amigo
que devemos bem tratar
Um amigo de verdade
tão fiel como a amizade
que podemos cultivar.

Sabes que uma árvore
é um pouco de beleza,
que protege a Natureza,
e purifica o nosso ar;

Dá-nos a madeira
e tanta coisa que fascina,
a cortiça ou a resina,
mais a fruta no pomar.

Oh, vamos fazer uma floresta, vem,
plantar amigos, uma festa
tão rica e modesta
vamos semear

Sabes que uma árvore
é um bem de toda a gente
não estragues o ambiente
não lhe sujes o lugar.

Vamos, vamos, vamos
defender a nossa vida,
que uma árvore esquecida
pode às vezes ajudar.

Sim, vamos fazer uma floresta, vem,
plantar amigos, uma festa
tão rica e modesta
vamos semear

Carlos Paião

Clica aqui e ouve a música cantada pelo Joel Branco

http://escolovar.org/prima_arvore.amigo.htm

Viva a Primavera





Concerto para violinos No. 1 em Mi maior Op. 8, RV 269 - A Primavera. Mov. 1 Allegro, pela Filarmónica de Berlin em 1987.Esta obra é da autoria de António Vivaldi.












Posição do Sol ao longo do dia e os Pontos Cardeais




Olhando para o horizonte, sabendo a direcção do nascer e do pôr do Sol é possível saber em que direcção caminhamos. Para voltar para trás basta dar meia volta e seguir na direcção contrária.
Quando andamos em terra, isto é simples. Basta fixar um ou vários pormenores no horizonte e fazer o caminho inverso, mudando os pontos de referência da direita para a esquerda e da esquerda para a direita.
Claro está que se tiveres uma bússola podes saber a direcção do norte e do sul, e dos outros pontos cardeais.
Mas também é possível orientarmo-nos sem bússola, pois, por exemplo, em Portugal, o Sol do meio-dia solar indica-nos sempre o sul.
Orientarmo-nos de noite, no deserto ou no mar é mais difícil, pois não vemos pontos de referência no horizonte.
No hemisfério Norte, a Estrela Polar, visível à noite, indica-nos sempre a direcção do norte. Isto é, quando nos viramos para a Estrela Polar, o Sol vai nascer sempre à nossa direita e pôr-se à nossa esquerda.
Quem habite em Cabo Verde, que fica entre o trópico de Câncer e o equador, continua a ver a Estrela Polar para norte. Mas, dependendo da estação do ano, o Sol do meio-dia pode estar para norte ou para sul do sítio onde estamos.
Se fizermos uma viagem ao hemisfério Sul da Terra, como fizeram os navegadores portugueses a partir do século XV, já não vemos a Estrela Polar.






http://www.eb1-castelejo.rcts.pt/pontos_cardeais.htm




http://www.eb23-cmdt-conceicao-silva.rcts.pt/sev/hgp/1.4.htm

Joga este jogo aplicando os teus conhecimentos sobre os pontos cardeais.


http://alvarovelho.net/images/stories/jogos/jogorosven.swf


Exercita os pontos cardeais com estes jogos:

http://www.sogeografia.com.br/Jogos/rosaventos.html

Comparando Tamanhos dos Planetas


Observa a imagem que se segue e verifica que os corpos do Sistema Solar têm tamanhos diferentes.


Jogos Sistema Solar


O Sistema Solar



No Espaço, além do planeta que habitamos - a Terra - existem milhões de astros.
Já observaste bem o céu à noite? Que pontinhos cintilantes serão aqueles que brilham lá no alto?
Esses pontinhos brilhantes são as estrelas. Mas no Universo não existem só estrelas. Também há os planetas, os cometas, os asteróides...
As estrelas têm luz própria (por exemplo, o Sol) enquanto que os planetas não possuem luz própria, por isso não os consegues ver. Os planetas recebem luz das estrelas - por exemplo, o planeta Terra recebe luz da estrela que está mais próxima - o Sol.




O Sistema Solar é constituído não só por planetas, com os seus satélites, mas também por milhares de asteróides e milhões de cometas. O Sistema Solar, é o sistema dominado por uma estrela central, o Sol, e pelos corpos que se movem em órbita, à sua volta. Neste conjunto, estão incluídos oito planetas: Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Neptuno, os seus satélites naturais, milhares de asteróides, cometas, meteoritos e poeira interplanetária. Até 2006, Plutão foi considerado um planeta principal do Sistema Solar, mas a descoberta de vários corpos de tamanho semelhante e mesmo maiores, no Cinturão de Kuiper, fez com que a União Astronómica Internacional (UAI) decidisse, em 24 de Agosto de 2006, considerá-lo um “planeta anão”, juntamente com Éris e Ceres, o maior dos asteróides. Plutão passou a ser considerado como o primeiro de uma categoria de objectos trans-neptunianos . Mais recentemente, em 17 de Junho de 2008, a UAI decidiu atribuir a estes corpos celestes a nova designação de plutóides (em honra ao antigo nome do despromovido Plutão).
O Sol é a fonte mais rica de energia electromagnética do Sistema Solar, sendo também a estrela mais próxima. A seguir ao Sol, a estrela que se encontra mais próxima do Sistema, chama-se Próxima de Centauro.
O Sistema Solar como um todo, incluindo as estrelas visíveis numa noite clara, ocupa um pequeno espaço de uma galáxia espiral à qual chamamos Via Láctea. A mais próxima grande galáxia, é a galáxia de Andrómeda.
As estrelas que avistamos no céu e que, aparentemente, parecem ter o mesmo tamanho e distância da Terra, são em grande parte maiores que o nosso Sol, sendo cada uma delas pertencente a uma galáxia.A dimensão total do Universo é completamente desconhecida e talvez nunca venhamos a conhecer a sua verdadeira extensão.

O Sistema Solar 1

VÊ mais aqui neste site









Planetário Calouste Gulbenkian

http://planetario.online.pt/Astronomia/astronomia-sistemasolar.html

Queres fazer uma viagem pelo espNegritoaço?
Clica aqui:
http://www2.fpce.ul.pt/pessoal/ulfpcost/alunos/viagem/






Site mantido por alunos do Departamento de Física da Universidade de Coimbra com imagens, links, artigos sobre os mais variados temas de astronomia e astrofísica.

http://nautilus.fis.uc.pt/astro/



http://www.tiogui.com.br/default.asp?pag=sistemasolar/cometas/cometas.htm

sábado, 17 de abril de 2010

Os Astros

domingo, 28 de março de 2010

Figura Ilustre de Vila Real



Miguel Torga

Oriundo de uma família humilde de Sabrosa, era filho de Francisco Correia Rocha e Maria da Conceição Barros. Em 1917, aos dez anos, foi para uma casa apalaçada do Porto, habitada por parentes da família. Fardado de branco, servia de porteiro, moço de recados, regava o jardim, limpava o pó, polia os metais da escadaria nobre e atendia campainhas. Foi despedido um ano depois, devido à constante insubmissão. Em 1918 foi mandado para o Seminário de Lamego, onde viveu um dos anos cruciais da sua vida. Estudou Português, Geografia e História, aprendeu latim e ganhou familiaridade com os textos sagrados. Pouco depois comunicou ao pai que não seria padre.
Emigrou para o Brasil em 1919, com quinze anos, para trabalhar na fazenda do tio, proprietário de uma exploração de café. O tio apercebe-se da sua inteligência e patrocina-lhe os estudos liceais, em Leopoldina. Distingue-se como um aluno dotado. Em 1925, na convicção de que ele havia de vir a ser doutor em Coimbra, o tio propôs-se pagar-lhe os estudos como recompensa dos cinco anos de serviço - o que levou ao seu regresso a Portugal.
Em 1928 entra para a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e publica o seu primeiro livro de poemas, Ansiedade. Em 1929, com vinte e dois anos, deu início à colaboração na revista Presença, folha de arte e crítica, com o poema Altitudes. A revista, fundada em 1927 pelo grupo literário avançado de José Régio, Gaspar Simões e Branquinho da Fonseca, era bandeira literária do grupo modernista e era também, bandeira libertária da revolução Modernista. Em 1930 rompe definitivamente com a revista Presença, por «razões de discordância estética e razões de liberdade humana».
É bastante crítico da praxe e das restantes tradições académicas, e chama depreciativamente «farda» à capa e batina, mas ama a cidade de Coimbra, onde viria também a exercer a sua profissão de médico a partir de 1939 e onde escreve a maioria dos seus livros. Em 1933 concluiu a licenciatura em Medicina, com apoio do tio do Brasil. Começou a exercer a profissão nas terras agrestes transmontanas, de resto, o pano de fundo de grande parte da sua obra.
Casou-se com Andrée Crabbé em 1940, uma estudante belga que, enquanto aluna de Estudos Portugueses, com Vitorino Nemésio em Bruxelas, viera a Portugal fazer um curso de verão na Universidade de Coimbra. O casal teve uma filha, Clara Rocha, nascida a 3 de Outubro de 1955, e divorciada de Vasco Graça Moura.

A origem do pseudónimo
Em 1934, aos 27 anos, Adolfo Correia Rocha autodefine-se pelo pseudónimo que criou, "Miguel" e "Torga". Miguel, em homenagem a dois grandes vultos da cultura ibérica: Miguel de Cervantes e Miguel de Unamuno. Já Torga é uma planta brava da montanha, que deita raízes fortes sob a aridez da rocha, de flor branca, arroxeada ou cor de vinho, com um caule incrivelmente rectilíneo. A sua campa rasa em São Martinho de Anta tem uma torga plantada a seu lado, em honra ao poeta.

A obra de Torga

A obra de Torga tem um carácter humanista: criado nas serras trasmontanas, entre os trabalhadores rurais, assistindo aos ciclos de perpetuação da Natureza, Torga aprendeu o valor de cada homem, como criador e propagador da vida e da Natureza: sem o homem, não haveria searas, não haveria vinhas, não haveria toda a paisagem duriense, feita de socalcos nas rochas, obra magnífica de muitas gerações de trabalho humano. Ora, estes homens e as suas obras levam Torga a revoltar-se contra a Divindade Transcendente a favor da imanência: para ele, só a humanidade seria digna de louvores, de cânticos, de admiração: (hinos aos deuses, não/os homens é que merecem/que se lhes cante a virtude/bichos que cavam no chão/actuam como parecem/sem um disfarce que os mude).
Para Miguel Torga, nenhum deus é digno de louvor: na sua condição omnisciente é-lhe muito fácil ser virtuoso, e enquanto ser sobrenatural não se lhe opõe qualquer dificuldade para fazer a Natureza - mas o homem, limitado, finito, condicionado, exposto à doença, à miséria, à desgraça e à morte é também capaz de criar, e é sobretudo capaz de se impor à Natureza, como os trabalhadores rurais trasmontanos impuseram a sua vontade de semear a terra aos penedos bravios das serras. E é essa capacidade de moldar o meio, de verdadeiramente fazer a Natureza mau grado todas as limitações de bicho, de ser humano mortal que, ao ver de Torga fazem do homem único ser digno de adoração.
Considerado por muitos como um avarento de trato difícil e carácter duro, foge dos meios das elites pedantes, mas dá consultas médicas gratuitas a gente pobre e é referido pelo povo como um homem de bom coração e de boa conversa.
Torga era conhecido popularmente nos meios intelectuais de Coimbra como o rei dos chatos.

Prosa
• 1931 - Pão Ázimo.
• 1931 - Criação do Mundo.
• 1934 - A Terceira Voz.
• 1937 - Os Dois Primeiros Dias.
• 1938 - O Terceiro Dia da Criação do Mundo.
• 1939 - O Quarto Dia da Criação do Mundo.
• 1940 - Bichos.
• 1941 - Contos da Montanha."Diário I"
• 1942 - Rua.
• 1943 - O Senhor Ventura. "Diário II"
• 1944 - Novos Contos da Montanha.
• 1945 - Vindima.
• 1946 - "Diário III".
• 1949 - "Diário IV".
• 1951 - Pedras Lavradas. "Diário V".
• 1953 - "Diário VI".
• 1956 - "Diário VII".
• 1959 - "Diário VIII".
• 1964 - "Diário IX".
• 1968 - "Diário X".
• 1973 - "Diário XI".
• 1974 - O Quinto Dia da Criação do Mundo.
• 1976 - Fogo Preso.
• 1981 - O Sexto Dia da Criação do Mundo.
• 1982 - Fábula de Fábulas.

Peças de teatro
• 1941 - "Terra Firme" e "Mar".
• 1947 - Sinfonia.
• 1949 - O Paraíso.
• 1950 - Portugal.
• 1955 - Traço de União.

Traduções
Livros seus estão traduzidos para diversas línguas, algumas vezes publicados com um prefácio seu: espanhol, francês, inglês, alemão, chinês, japonês, croata, romeno, norueguês, sueco, holandês, búlgaro.

Prémios
O Wikiquote tem uma colecção de citações de ou sobre: Miguel Torga.
• 1969 - Prémio do Diário de Notícias.
• 1976 - Prémio Internacional de Poesia de Knokke-Heist.
• 1980 - Prémio Morgado de Mateus, ex-aecquo com Carlos Drummond de Andrade.
• 1981 - Prémio Montaigne da Fundação Alemã F.V.S..
• 1989 - Prémio Camões.
• 1991 - Prémio Personalidade do Ano.
• 1992 - Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores.
• 1993 - Prémio da Crítica, consagrando a sua obra.

Lenda da Povoação de Agarez


Hoje, na hora do conto, o pai da Beatriz esteve na nossa sala para nos contar a história "A Lenda da Povoação de Agarez". Depois de falarmos sobre a história, o pai da Beatriz teve a gentileza de nos oferecer uns chupas que nos deixaram muito contentes.




A Lenda da Povoação de Agarez

Relacionada com a Serra do Alvão, cenário das lendas, O Calhau do Encanto e As Picaretas de Oiro, existe uma outra que se refere à origem, nome e actividade dos habitantes de Agarez.
Agarez é uma risonha e soalheira aldeia, situada nas fraldas da Serra do Alvão, a cerca de oito quilómetros de Vila Real. Foi notável pelo artesanato do linho que os seus moradores cultivavam, teciam e bordavam primorosamente.
A imaginação que ajudou a criar os caprichosos desenhos dos seus bordados ajudou também a criar a curiosa lenda que nos explica a sua génese.
Em tempos muito remotos, no mesmo lugar em que se encontra o actual povo de Agarez, havia um outro chamado Aragonês, nome que lhe fora dado pelos seus fundadores, originários do Reino de Aragão.
Quando estes lá chegaram, construíram as primeiras casas e começaram a surribar as terras arenosas e a cultivar o milho que era o prato forte da sua alimentação.
Um dia, no decorrer desta faina, encontraram, com espanto e alegria, um largo filão de oiro que parecia não ter fim. Abandonaram logo os trabalhos agrícolas para se entregarem, com avidez, à exploração do precioso metal que iam amontoando nos canastros do milho.
Depois de terem enchido os canastros, entenderam que era muito arriscado guardar ali tão valioso tesouro e decidiram levá-lo para a serra e escondê-lo debaixo da areia.
Fizeram, para isso, grandes dunas, com galerias interiores, e trataram de o transportar para lá em carros de bois.
Quando andavam naquela freima, passou lá o Diabo que, ouvindo o estridente chiar, se aproximou, curioso, e parou, agachado atrás dos arbustos. Arregalou bem os olhos e pôs-se à escuta:
- E se alguém descobre o oiro? – pergunta um.
- O Diabo seja surdo – respondem os outros em coro.
- E se alguma enxurrada leva a área? – lembra outro.
- Cruzes, canhoto! - vociferam os restantes.
- Não, se Deus quiser, não vai acontecer nada disto – concordaram todos.
De repente, um dos sacos rompeu-se e as pepitas espalharam-se pela encosta.
- Rais part’ó Diabo! – praguejou alguém.
Ao ouvir isto, o Diabo afinou, perdeu a paciência e não quis ouvir mais. Furioso, jurou vingar-se daqueles títeres desprezíveis que o infernizavam com alcunhas e pragas, e, ainda por cima, eram cristãos.
A espumar de raiva, deitando lume pelos olhos, com o rabo entre as pernas, esgueirou-se, sorrateiramente, para não ser notado, a cogitar a maneira de pôr em prática o seu propósito de vingança.
- Haviam de pagar, e com língua de palmo, o atrevimento, ou ele deixaria de ser Diabo.
Então, lembrou-se de que, lá para os lados de Penaguião, havia uma terra chamada Mafómedes, cujos habitantes seguiam a lei de Mafóma que eram, por isso, inimigos figadais dos cristãos.
Estugou o passo e para lá se dirigiu, sem perda de tempo. Com a promessa de lhes entregar um fabuloso tesouro, facilmente convenceu os Mouros a acompanhá-lo. Com o Diabo na dianteira, armados até aos dentes, transpuseram, pela calada da noite, os desfiladeiros do Marão e chegaram a Aragonês, antes do dealbar, quando os Aragoneses dormiam, ainda, a sono solto.
Sem encontrar resistência, mataram todos os cristãos, e destruíram-lhes todas as casas.
Ao romper da manhã, dirigiram-se para o local das dunas à procura do oiro escondido. Mas, quando começaram a revolver a areia que cobria o tesouro, um forte abalo sacudiu a encosta e fez rolar, lá do alto do Alvão, uma cordilheira de penedos que os esmagaram e soterraram, com armas e bagagens.
Daquela hecatombe, escapou apenas o Diabo e um casal mouro que aí se fixou e reconstruiu a povoação à qual deu o nome de Agarez, em memória da sua ascendente Agar, a famosa escrava de Abraão, que deu origem aos Agarenos, seus correligionários.
Os habitantes da nova povoação passaram a dedicar-se à cultura do linho com o qual teciam e bordavam maravilhosos lençóis, cobertas e toalhas, uma arte que os tornou conhecidos e que ainda hoje perdura, embora em menor escala.
É de lá que vêm as cobiçadas peças de linho que embelezam e valorizam a tradicional feira de São Pedro, a vinte e nove de Junho, em Vila Real.
É esse o seu oiro verdadeiro, porque o outro, esse lá continua, inacessível, debaixo dos impenetráveis penedos, bem guardado pelo Génio da Montanha!

Um Reino Maravilhoso


A Nossa Terra










MARÃO

Serra, seio de pedra
Onde mamei a infância
Amor de mãe, que medra
Quando medra a distância.


Miguel Torga




A cidade de Vila Real está situada a cerca de 450 metros de altitude, sobre a margem direita do rio Corgo, um dos afluentes do Douro. Localiza-se num planalto rodeado de altas montanhas, em que avultam as serras do Marão e do Alvão.Dista aproximadamente 85 quilómetros, em linha recta, do Oceano Atlântico, que lhe fica a Oeste, 15 quilómetros do rio Douro, que lhe corre a Sul, e, para Norte, cerca de 65 quilómetros da fronteira com a Galiza, Espanha.Vila Real é sede de concelho e capital de distrito.O Concelho de Vila Real, sem prejuízo da feição urbana da sua sede, mantém características rurais bem marcadas. Dois tipos de paisagem dominam: a zona mais montanhosa das Serras do Marão e da Alvão, separadas pela terra verdejante e fértil do Vale da Campeã, e, para o Sul, com a proximidade do Douro, os vinhedos em socalco. Por toda a parte existem linhas de água que irrigam a área do Concelho, com destaque para o Rio Corgo, que atravessa a Cidade num pequeno mas profundo vale, originando um canhão de invulgar beleza.

O Concelho é constituído por 30 Freguesias: Abaças, Adoufe, Andrães, Arroios, Borbela, Campeã, Constantim, Ermida, Folhadela, Guiães, Justes, Lamares, Lamas de Ôlo, Lordelo, Mateus, Mondrões, Mouçós, Nogueira, Nossa Senhora da Conceição (urbana), Parada de Cunhos, São Miguel da Pena, Quintã, São Dinis (urbana), São Pedro (urbana), São Tomé do Castelo, Torgueda, Vale de Nogueiras, Vila Cova, Vila Marim e Vilarinho da Samardã. A população do concelho ronda os 50.000 habitantes, para uma área de cerca de 370 km2.



Lenda do Gigante do Marão


A lenda do gigante Marão

Noutros tempos aparecia na serra do Marão um gigante que atemorizava os habitantes das aldeias, especialmente os pastores, pois alimentava-se com os animais que lhe roubava, os quais abocanhava e comia duma só dentada, como se de um simples “papo seco” se tratasse. As pessoas evitavam afastar-se para longe dos seus povoados, pois a própria figura do gigante metia medo: a cabeça era grande e achatada, e na testa, bem ao meio, tinha apenas um olho, um olho enorme, bugalhudo, que avistava tudo a grande distância. As guedelhas e as barbas eram longas e desajeitadas. Mais pareciam silvados.Um dia, um pastor de uma aldeiazinha das fraldas da serra com apenas 1500m2 de área, tido como pessoa que usava mais miolos que a força, resolveu dar uma lição ao gigante e acabar com a ameaça que a sua presença representava para todos. Vai daí, pegou no rebanho e meteu-se ao caminho, serra acima, sem dar ouvidos a quantos lhe desaconselhavam a aventura – ou não fosse ele o homem pequeno e raquítico de aspecto, a contrastar com o “trambolho” que o esperava.E sem precisar de andar muito, lá lhe apareceu o gigante, pronto a fazer um banquete com as ovelhas.- Com que então resolveste vir ter comigo!... Ainda bem, pois estou em jejum e já tenho a barriga a roncar! – disse o gigante.- Pois olha que eu não tenho medo de ti! Sou até capaz de te vencer! – reagiu o pastor.- O quê?! Ora mostra lá o que és capaz de fazer!O pastor tirou do bolso um bocado de queijo de cabra fresco, e disse:- Estás a ver este seixo? Pois olha o que eu faço com ele! – E começou a espremê-lo com a mão, fazendo sair um líquido amarelado, que mais não era que o soro do queijo, o que deixou o gigante boquiaberto. – Agora vê lá tu se és capaz de fazer o mesmo!O gigante arrancou uma fraga do chão, espremeu-a com quanta força tinha, e … nada. Depois pegou em outra e foi o mesmo. Até que desistiu.- Ainda não acreditas que sou mais forte do que tu? – perguntou o pastor.– Então vamos ver agora quem é capaz de atirar uma pedra mais longe. Podes ser tu o primeiro.O gigante pegou numa pedra enorme e lançou-a para tão longe que acabou por ir cair noutra montanha. E, todo satisfeito, já a cantar vitória, diz para o rival:- Vá lá, faz agora tu o mesmo!- Faço, sim senhor!O pastor meteu a mão ao bolso, onde trazia um pardal, e soltou-o no mesmo instante. O pássaro, farto de estar cativo, voou como uma seta, e para tão longe que nem o pastor nem o gigante o conseguiram alcançar com a vista.Espantado com tamanha habilidade, o gigante ainda assim se aprontou para aceitar um desafio que o pastor lhe lançou:- Vês ali aquele pinheiro? – perguntou, apontando para um que era o mais grosso de todos. – Ora vamos lá ver quem é, dos dois, que o consegue dobrar!O gigante nem hesitou, convencido de que aquilo era, sem qualquer dúvida, uma proeza que só ele poderia realizar. Deitou as mãos ao tronco do pinheiro e, auxiliado com o peso do próprio corpo, fez quanta força pôde até que dobrou, ao ponto de a ramagem tocar no chão. E foi nesse momento que o pastor o interrompeu, dizendo-lhe:- Tira agora daí as mãos, que o quero dobrar eu!O gigante abriu as mãos e o resultado não podia ser outro: o pinheiro soltou-se e foi desferir-lhe tamanha cacetada na cabeça que o deixou a ver estrelas, ficando estendido no chão, atordoado e sem forças para se mexer.O pastor, que considerou cumprida a sua missão, tratou de fugir, com as ovelhas, e com a rapidez que podia. Um pouco mais baixo, teve de atravessar uma ribeira onde encontrou várias mulheres a lavar as tripas de um porco para o fumeiro. E pediu-lhes:- Se o gigante aqui passar, e perguntar por mim, dizei-lhe que eu passei a correr e que, para ir mais leve e correr mais, deixei ficar as tripas, essas que estais aí a lavar. E dizei-lhe também que, quando estiverem vazias e limpas, eu volto a passar aqui para as meter outra vez na barriga.E, dito o recado, continuou o caminho. Daí a pouco, chegou o gigante, ainda meio atordoado, e perguntou pelo pastor. Como resposta, recebeu o recado que o pastor deixou.Perante tal resposta, o gigante não perdeu tempo a pensar. Apenas o mínimo: “Se o pastor tirou as tripas para ir mais leve, porque não hei-de eu fazer também o mesmo? Afinal, as minhas sempre pesam mais!...”. E, se depressa pensou, mais depressa o fez. Pegou na faca de matar os porcos e espetou-a na própria barriga. E dali já não saiu mais. A serra do Marão livrou-se de tão incómoda criatura, e o pastor foi glorificado pela sua esperteza.

Lenda adaptada por Alexandre Parafita

Símbolos Nacionais







Os símbolos da nossa pátria são o Hino Nacional e a Bandeira de Portugal. Estes símbolos devem ser tratados com o máximo de respeito por todos.
Aprende o significado de cada símbolo da Bandeira de Portugal.
Forma - A bandeira portuguesa é rectangular e o seu comprimento deve ser igual a uma vez e meia a sua altura.
Cores - O vermelho, que ocupa três quintos do espaço total da bandeira, lembra o sangue e a coragem dos heróis portugueses e incita à vitória;
-O verde, que ocupa dois quintos do espaço total e fica do lado do mastro, é a cor da esperança e significa uma mudança no país.
Símbolos - As 5 quinas simbolizam os 5 reis mouros que D. Afonso Henriques venceu na batalha de Ourique.
Os pontos dentro das quinas representam as 5 chagas de Cristo. Diz-se que na batalha de Ourique, Jesus Cristo crucificado apareceu a D. Afonso Henriques, e disse: "Com este sinal, vencerás!". Contando as chagas e duplicando as chagas da quina do meio, perfaz-se a soma de 30, representando os 30 dinheiros que Judas recebeu por ter traído Cristo.
Os 7 castelos simbolizam as localidades fortificadas que D. Afonso Henriques conquistou aos Mouros.
A esfera armilar simboliza o mundo que os navegadores portugueses descobriram nos séculos XV e XVI e os povos com quem trocaram idéias e comércio.

Autores da Bandeira Republicana: Columbano, João Chagas, Abel Botelho

Hino Nacional


Heróis do mar, nobre Povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria, sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!

Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

Letra de Henrique Lopes Mendonça,

Música de Alfredo Keil


Clica aqui, e ouve o hino nacional.

http://www.heroisdomar.com/hino/

Monumento Palácio de Mateus

A Casa de Mateus foi edificada durante a primeira metade do século XVIII por António José Botelho Mourão (1688-1746), 3º Morgado de Mateus. A capela foi terminada pelo seu filho: D. Luís António de Sousa Botelho Mourão (1722-1798).
A Casa de Mateus é uma edificação barroca de planta rectangular, estruturada em dois corpos laterais, implantados no sentido noroeste/sudeste, e ligadas entre si, ao nível das fachadas posterior e principal, por duas alas que lhe são perpendiculares, conferindo ao conjunto uma grandiosidade e beleza de raro efeito plástico e arquitectónico.
“Planta composta em U, volumes articulados com coberturas diferenciadas em telhado de quatro águas. Com dois pisos é intersectado ao meio por um corpo, destinado ao hall nobre de entrada, donde origina um pátio interior de planta quadrada e um outro pátio de entrada também em U, onde se desenvolve uma sumptuosa escadaria dupla. A fechar o pátio de entrada, um murete, suporte de uma balaustrada onde apoiam seis pináculos de granito. A fachada principal orientada a O., apresenta as extremidades das alas do U, empregando sobre as aberturas do 1º piso frontões triangulares simples, como os que percorrem as extensas fachadas laterais. No interior do pátio de entrada e a contrastar com esta linguagem seca, os vãos do mesmo piso possuem frontões ondulados e interrompidos. A encimar a frontaria onde se adossa a escadaria de entrada e ao centro uma pedra de armas. Sobre os telhados, assentes em cornijas de granito, nos cunhais e ângulos apoiam-se altos pináculos. Também no pátio interior desenvolvem-se duas escadarias duplas em fachadas opostas. Através do arco localizado debaixo do patamar de acesso ao andar nobre da escadaria do pátio de entrada estabelece-se ligação entre estes dois pátios. A relaciona-los uma sala a toda a extensão para a paragem das carruagens puxadas por cavalos. Após a passagem deste espaço e alinhados pelo arco já referido um outro na extremidade da fachada nascente conduz ao jardim. A capela junto à fachada lateral N. é de planta rectangular, dividida em três espaços, correspondendo às extremidades a capela-mor e ao sub-coro. O espaço intermédio possui um tecto em cúpula, encimado por um lanternim. O coro está apoiado num arco abatido. O arco cruzeiro que antecede a capela-mor, com um tecto em abóbada de berço apoia-se em colunas jónicas. A fachada principal da Capela orientada a O. apresenta um portal simples ladeado por quatro colunas onde assenta um arco de volta perfeita que envolve uma pedra de armas. Sobre este arco uma cartela com a data inscrita da fundação. A encimar este conjunto, duas volutas interrompidas.” IPA – Nº. 1714150004, Descrição, http://www.monumentos.pt.
A ala anterior é recuada, e dotada de uma dupla escadaria, que permite o acesso desafogado ao primeiro piso, antecedida de um pátio de generosas dimensões e que, com os corpos laterais mais avançados, formatam a fachada principal do edifício.
A ala posterior fecha um outro pátio interior, de menores dimensões, aberto, e remata a fachada a sudeste, que abre para os jardins da Casa e fachada lateral da Capela.
É de admitir a possibilidade de intervenção de Nicolau Nasoni nesta edificação, pelo menos na secção central do palácio (fachada poente), conforme defende Vasco Graça Moura, no seu livro “Figuras em Mateus” (pp. 18-28), com base nos estudos de Robert Smith sobre este arquitecto toscano, a que acrescenta uma bem estruturada fundamentação técnica e artística em abono desta teoria, remetendo para o período que medeia entre 1739 e 1743, a elaboração do “risco” e respectiva execução da secção referida.
Esta forte probabilidade de Nicolau Nasoni ter intervido, senão na totalidade, ao menos em parte do edifício, confere-lhe um valor acrescido ao, já de si, importante (e imponente) palácio, quer pelas generosas dimensões que ostenta, quer pela forma como foi concebido nas suas relações espaciais e funcionais.
O conjunto é ainda complementado com a Capela da Casa, situada a nordeste da mesma, de natureza estilística algo diferenciada do corpo principal do palácio, mas nem por isso menos exuberante nos pormenores decorativos, e igualmente marcante pela altura que patenteia e pela volumetria que lhe está associada, conferindo um equilíbrio notável à totalidade da edificação.
Os diversos anexos existentes no espaço da cerca, com realce para o edifício da “Nova Adega”, uma construção que data, originariamente, do séc. XVI, situada nas proximidades da capela, em frente à fachada norte do edifício principal; o denominado “Barrão”, localizado em zona mais distante da Casa, certamente celeiro e espaço de “arrumos” da eira que se estende à sua frente; e ainda os magníficos jardins que rodeiam o edifício principal, completam toda esta estrutura edificada, conferindo-lhe características muito próprias e permitindo possibilidades de “tratamento” museológico excepcional, pela funcionalidade e capacidade de adaptação de cada espaço considerado às novas funções que se pretendem introduzir no circuito expositivo da Casa.
Agostinho Ribeiro - Conservador Museólogo

Monumento - Pelourinho de Vila Real




O Pelourinho de Vila Real foi construído em 1515, quando Vila Real obteve o novo foral dado por D. Manuel.
O actual pelourinho só possui do original a coluna octogonal, enquanto o resto é uma cópia do original, que terá sido destruído.
A sua localização foi mudando ao longo dos anos, tendo passado pela Rua da Praça (actual Largo do Pelourinho), pelo largo em frente aos Paços do Concelho, e posteriormente na sua localização actual que é o Largo do Pelourinho, na freguesia de São Dinis.
Este pelourinho é formado por uma base de quatro degraus octogonais, sobre a qual assenta um paralelepípedo também octogonal, que suporta o fuste. Por cima do fuste, o pelourinho termina numa estrutura em forma de gaiola, com as suas quatro faces comunicando entre si através de aberturas em arco redondo. Essa gaiola apresenta na união das suas faces umas pequenas colunas cilíndricas e no seu vértice uma cruz em ferro com uma bandeirola.

Monumento - Capela de S. Brás





Atribuída à época de transição do séc. XIII para o XIV, é um pequeno templo romântico-gótico, coevo da fundação de Vila Real. Adossada à Igreja de São Dinis, sofreu profundas alterações no séc. XVIII, mas guarda ainda no interior duas arcas tumulares, uma das quais de estilo manuelino. Na outra é tradição que está sepultado Lourenço Viegas, o Espadeiro, companheiro de armas de D. Afonso Henriques.
Existem na parede fundeira, dignos de registo, frescos que representam São Brás.


Fonte: http://cm-vilareal.pt/

Monumento - Capela Nova ou Igreja dos Clérigos


Esta Capela começou a ser construída a 2 de Fevereiro de 1639 e atribui-se esta obra ao arquitecto italiano Nicolau Nasoni. Na frontaria, que está dividida em duas partes, pode ler-se na primeira “TU ES PASTOR”, na metade inferior pode ler-se “OUVI UM”. Sobre o lintel da porta encontra-se outra frase “PRINCEPS APOSTOLORVM TIBI TRADITAE SVNT CLAVES REGNI CAELORVM” (significa: Pastor das ovelhas, príncipe dos Apóstolos e senhor das chaves do céu. Lembra o quem é S. Pedro). É uma Igreja do estilo barroco muito rica. Dentro da Capela, encontram-se painéis de azulejo setecentista representando cenas de S. Paulo e S. Pedro. O primeiro representa o naufrágio de São Paulo. O segundo mostra S. Paulo em Atenas. O terceiro fala do poder de S. Pedro, que juntava os doentes na rua, na esperança de os curar com a sua sombra. No quarto conta-se como S. Pedro fez cair Simão, quando este se levitava. O quinto conta como S. Paulo caminhou sobre as águas do mar e devido à dúvida, quase se afogava. Na capela-mor, podemos contemplar duas telas pintadas a óleo.

Monumento - Igreja de S. Pedro


Esta Igreja foi mandada construir em 1528 pelo Abade de Mouçós: D. Pedro de Castro, que está aqui sepultado. A Igreja de S. Pedro foi construída num local onde já existia uma capela dedicada a S. Nicolau, tendo a sua construção demorado cerca de 200 anos a ser finalizada. Trata-se de um belo exemplo do estilo barroco em Vila Real, estando toda revestida a talha dourada. Em 1711, esta Igreja foi alvo de grandes obras, tendo sido construídos cinco altares laterais e o arco da pia baptismal. Estas obras foram uma iniciativa do pároco José Moutinho de Aguiar. O tecto desta Igreja está todo apainelado com caixotes no tecto, sendo que esta é uma das Igrejas mais apreciada devido à sua talha dourada e pelos caixotes que podemos ver no tecto.

Monumento - Igreja da Misericórdia


A Igreja da Misericórdia de Vila Real é uma obra quinhentista e foi mandada construir por D. Pedro de Castro, abade de Mouçós. D. Pedro de Castro queria criar uma fundação e foi dessa fundação que nasceu uma capela. A sua construção iniciou-se a 20 de Março de 1532, sendo concluída em 1548. Dizem que foi nesse mesmo ano que a igreja passou para as mãos da Santa Casa da Misericórdia, à qual ainda hoje pertence. Uma das obras da misericórdia era enterrar os mortos. Estas sepulturas eram colocadas no chão da própria Igreja, sendo também conhecidas por taburnos. Devido ao crescimento da cidade, em 1542, a capela sofreu um alargamento. Foram compradas as casas que se encontravam à volta da capela e alargou-se a mesma e, assim, se construiu a Igreja da Misericórdia. A Igreja está dividida em duas partes: a primeira parte (frente) é a capela-mor e a segunda parte (trás) o alargamento que sofreu. A igreja tinha quatro retábulos de estilo barroco, quando em 2006 foram retirados para a restauração dos mesmos, descobriram-se outros dois retábulos de granito pintados e dourado muito mais valiosos por serem de origem do estilo maneirista, um estilo muito raro na nossa região.
Trabalho realizado por Mafalda Chaves

Lenda das Ganchas de S. Brás



Anualmente, no dia 3 de Fevereiro realizam-se as festas a S.Brás na Vila Velha, numa pequena capela junto à igreja de S. Dinis, no cemitério mais antigo da cidade. Neste dia, é costume encontrar-se à venda as chamadas “ ganchas” feitas com massa de rebuçado e enfeitadas com bonito papel de seda. É tradição, os fiéis darem três voltas ao cemitério, às “arrecuas”, calados, para “não entrar enguiço”. É então altura de os rapazes oferecerem a gancha às raparigas, retribuindo o presente dos “pitos de Santa Luzia. Há quem diga que este doce significará “um gancho para apanhar raparigas com vontade de namorar”.
As ganchas de S. Brás, segundo reza a lenda, têm origem no séc. IV, quando uma mulher pediu a S. Brás que socorresse o filho que tinha uma espinha na garganta. Quando o santo se aproximou da criança em perigo de vida, o milagre deu-se. A partir desse feito, foi eleito protector das doenças da garganta. Como S. Brás era bispo, julga-se que a forma das ganchas, com feitio de bengalas, esteja relacionada com o báculo bispal do Santo. Outras versões defendem que a forma das ganchas representa um espátula para pincelar as gargantas ou para tirar objectos nela entalados. O facto de ser feita de açúcar será para serenar as crianças, adoçando-lhes a boca enquanto a remexem na garganta.

Vestígios Romanos em Vila Real




Vila Real é a capital da província de Trás-os-Montes e uma cidade com vários séculos de história. Segundo se julga, terá sido habitada no Paleolítico. Depois, por ela passaram os celtiberos, os romanos, os bárbaros e os muçulmanos, sendo da época dos romanos o Santuário rupestre de Panóias. A região, pouco povoada, foi alvo de uma política de povoamento no século XII. No século XIII, D. Dinis fundou a "Pobra" de Vila Real de Panóias, que deu origem à cidade de hoje.
Uma cidade onde se cruzam igrejas e conventos de várias épocas e estilos.
Por ali passou o famoso arquitecto Nicolau Nasoni, deixando a sua obra visível na fachada da Igreja dos Clérigos e no solar que é um dos mais belos exemplos de arquitectura barroca em Portugal - a Casa de Mateus. Além deste solar, podem-se encontrar muitos outros nesta cidade que já chegou a ser conhecida como "A Corte de Trás-os-Montes".
Depois de descobrir as potencialidades de uma cidade que é capital de uma das mais importantes províncias vinícolas do país, não é preciso andar muito em torno de Vila Real para descobrir a simplicidade de uma pequena aldeia chamada Vilarinho da Samardã, onde Camilo Castelo Branco passou os primeiros e únicos felizes anos da sua vida. Depois, uma visita a Bisalhães e Vilar de Nantes remete-nos para a simplicidade do barro preto e das mãos que lhe sabem dar diferentes formas. São já as mulheres de Agarez que aplicam as suas capacidades no trabalho manual do linho.


SANTUÁRIO RUPESTRE DE PANÓIAS




Nas margens do Rio Corgo, um dos afluentes do Douro, a cidade de Vila Real ergue-se a cerca de 450 metros de altitude, numa região que revela indícios de ter sido habitada desde o Paleolítico. Vestígios de povoamentos posteriores, como o Santuário Rupestre de Panóias, denunciam com segurança a presença dos romanos na região, mas os tempos que se seguiram, durante as invasões bárbaras e sobretudo muçulmanas, impuseram um despovoamento gradual que só terminou com a aproximação do séc. XII, com a outorga em 1096 do foral de Constantim de Panóias, pelo Conde D. Henrique. Em 1289, por foral de D. Dinis (o primeiro dado por este monarca a Vila Real) é fundada a pobra de Vila Real de Panóias, que viria a transformar-se na cidade de hoje.

PONTE ROMANA DE SÃO LOURENÇO


A Ponte Romana de São Lourenço, também conhecida por “Ponte Romana do Arquinho de São Lourenço”, situa-se na continuação da povoação de São Lourenço, sobre a ribeira com o mesmo nome, no concelho de Chaves, na região Norte do País. Esta é uma região com antiga ocupação humana, e vários vestígios arqueológicos, nomeadamente Romanos.
A Ponte estaria numa das importantes vias Romanas que tinha das vertentes mais difíceis, ligando Braga a Astorga, da qual ainda restam vários troços, hoje visitáveis na “Calçada Romana de São Lourenço”. Esta é uma estrutura pequena, com um só arco, e cerca de 8 metros de comprimento e 4 de largura, de tabuleiro plano e sem guardas.

PONTE ROMANA DE PISCAIS



A Ponte de Piscais, sobre o rio Corgo, é uma ponte romana situada a norte da cidade de Vila Real na freguesia de Mouçós, Portugal. Esta obra fazia parte de uma importante via romana que atravessava toda a península ibérica, como ainda está aberta ao tráfego automóvel tem sofrido vários "atentados" entre os quais o uso do cimento para nivelar os característicos e não nivelados pavimentos romanos - (por terem assim sido construídos e por centenas de anos de uso).
Foi classificada como Imóvel de Interesse Público em 1977.


VILARINHO DE SAMARDÃ

Em Vilarinho de Samardã devia passar uma via romana que ligava Chaves (Aquae Flaviae) a Lamego (Lamecum), através da cidade de «Cauca» (Vila Pouca de Aguiar) e da de Panóias. A presença romana é atestada pelo nome de Cividade, que diz Pinho Leal, ainda conserva um morro, no qual, “conforme a tradição, existiu um castelo e se tem encontrado muitas moedas romanas.
Também diz a tradição que houve um castelo dos mouros (talvez dos romanos) no sítio denominado Monte da Murada ou Muralha, hoje fragoedo nu, mas que muito provavelmente foi murado e fortificado outrora”. Um destes nomes pode ter correspondido ao monte do Castelo de S. Cristóvão, próximo de Vilarinho, mas originariamente um castro. Durante a Reconquista, Trás-os-Montes sofreu um forte despovoamento pelo que o processo de atracção das populações se foi fazendo durante a formação da nação. Aqui, isso terá acontecido no século XII-XIII por carta de foro ou povoação ou até por foral. É provável também que aqui houvesse terras da casa dos Sousãos e até da própria sé bracarense, por doação de D. Afonso Henriques, nos inícios do seu governo (1127-1128).
As inquirições de 1220 de Santa Maria de Adoufe citam a existência deste Vilarinho, porque aqui existia um casal reguengo, dando à coroa a quarta do pão e do linho e metade do vinho, além das direituras de uma espádua de porco, um sexteiro de pão, duas galinhas com vinte e cinco ovos, um cabrito com uma galinha e um leitão. Havia ainda aqui outros casais que pagavam ao rei um almude de manteiga, uma galinha com dez ovos e uma quarta de vinho, por ano, além de fazerem serviço nos castelos (anúduva).
Segundo se pode ler na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira “o facto mais notável do século XIII é o foral concedido aos habitantes para o sítio de Codeçais. Em Setembro de 1257, o juiz de Panóias, Martim Martins, obedecendo às ordens de D. Afonso III nesse sentido, (…) passa uma carta de foral a quatro famílias nomeadas (…) para povoar o local dos Codeçais em termo de Vilarinho que, indubitavelmente é este, de Samardã. Este concelho de Codeçais era limitado ao sul pelo ribeiro que desce do Meroucinho e passa entre Vilarinho e Benagouro”. Aqui houve uma povoação chamada de Antela que recebeu foral em 1255, por mandado de D. Afonso III. Antela é um topónimo arqueológico, derivado de edificação dolménica. Desapareceu da freguesia como nome de povoação. Também o foro é dado a quatro famílias. Codeçais e Antela são pequenos concelhos que teriam existido apenas nos séculos XIII e XIV(…)

Vestígios Romanos em Vila Real




Vila Real é a capital da província de Trás-os-Montes e uma cidade com vários séculos de história. Segundo se julga, terá sido habitada no Paleolítico. Depois, por ela passaram os celtiberos, os romanos, os bárbaros e os muçulmanos, sendo da época dos romanos o Santuário rupestre de Panóias. A região, pouco povoada, foi alvo de uma política de povoamento no século XII. No século XIII, D. Dinis fundou a "Pobra" de Vila Real de Panóias, que deu origem à cidade de hoje.
Uma cidade onde se cruzam igrejas e conventos de várias épocas e estilos.
Por ali passou o famoso arquitecto Nicolau Nasoni, deixando a sua obra visível na fachada da Igreja dos Clérigos e no solar que é um dos mais belos exemplos de arquitectura barroca em Portugal - a Casa de Mateus. Além deste solar, podem-se encontrar muitos outros nesta cidade que já chegou a ser conhecida como "A Corte de Trás-os-Montes".
Depois de descobrir as potencialidades de uma cidade que é capital de uma das mais importantes províncias vinícolas do país, não é preciso andar muito em torno de Vila Real para descobrir a simplicidade de uma pequena aldeia chamada Vilarinho da Samardã, onde Camilo Castelo Branco passou os primeiros e únicos felizes anos da sua vida. Depois, uma visita a Bisalhães e Vilar de Nantes remete-nos para a simplicidade do barro preto e das mãos que lhe sabem dar diferentes formas. São já as mulheres de Agarez que aplicam as suas capacidades no trabalho manual do linho.


SANTUÁRIO RUPESTRE DE PANÓIAS




Nas margens do Rio Corgo, um dos afluentes do Douro, a cidade de Vila Real ergue-se a cerca de 450 metros de altitude, numa região que revela indícios de ter sido habitada desde o Paleolítico. Vestígios de povoamentos posteriores, como o Santuário Rupestre de Panóias, denunciam com segurança a presença dos romanos na região, mas os tempos que se seguiram, durante as invasões bárbaras e sobretudo muçulmanas, impuseram um despovoamento gradual que só terminou com a aproximação do séc. XII, com a outorga em 1096 do foral de Constantim de Panóias, pelo Conde D. Henrique. Em 1289, por foral de D. Dinis (o primeiro dado por este monarca a Vila Real) é fundada a pobra de Vila Real de Panóias, que viria a transformar-se na cidade de hoje.

PONTE ROMANA DE SÃO LOURENÇO


A Ponte Romana de São Lourenço, também conhecida por “Ponte Romana do Arquinho de São Lourenço”, situa-se na continuação da povoação de São Lourenço, sobre a ribeira com o mesmo nome, no concelho de Chaves, na região Norte do País. Esta é uma região com antiga ocupação humana, e vários vestígios arqueológicos, nomeadamente Romanos.
A Ponte estaria numa das importantes vias Romanas que tinha das vertentes mais difíceis, ligando Braga a Astorga, da qual ainda restam vários troços, hoje visitáveis na “Calçada Romana de São Lourenço”. Esta é uma estrutura pequena, com um só arco, e cerca de 8 metros de comprimento e 4 de largura, de tabuleiro plano e sem guardas.

PONTE ROMANA DE PISCAIS



A Ponte de Piscais, sobre o rio Corgo, é uma ponte romana situada a norte da cidade de Vila Real na freguesia de Mouçós, Portugal. Esta obra fazia parte de uma importante via romana que atravessava toda a península ibérica, como ainda está aberta ao tráfego automóvel tem sofrido vários "atentados" entre os quais o uso do cimento para nivelar os característicos e não nivelados pavimentos romanos - (por terem assim sido construídos e por centenas de anos de uso).
Foi classificada como Imóvel de Interesse Público em 1977.


VILARINHO DE SAMARDÃ

Em Vilarinho de Samardã devia passar uma via romana que ligava Chaves (Aquae Flaviae) a Lamego (Lamecum), através da cidade de «Cauca» (Vila Pouca de Aguiar) e da de Panóias. A presença romana é atestada pelo nome de Cividade, que diz Pinho Leal, ainda conserva um morro, no qual, “conforme a tradição, existiu um castelo e se tem encontrado muitas moedas romanas.
Também diz a tradição que houve um castelo dos mouros (talvez dos romanos) no sítio denominado Monte da Murada ou Muralha, hoje fragoedo nu, mas que muito provavelmente foi murado e fortificado outrora”. Um destes nomes pode ter correspondido ao monte do Castelo de S. Cristóvão, próximo de Vilarinho, mas originariamente um castro. Durante a Reconquista, Trás-os-Montes sofreu um forte despovoamento pelo que o processo de atracção das populações se foi fazendo durante a formação da nação. Aqui, isso terá acontecido no século XII-XIII por carta de foro ou povoação ou até por foral. É provável também que aqui houvesse terras da casa dos Sousãos e até da própria sé bracarense, por doação de D. Afonso Henriques, nos inícios do seu governo (1127-1128).
As inquirições de 1220 de Santa Maria de Adoufe citam a existência deste Vilarinho, porque aqui existia um casal reguengo, dando à coroa a quarta do pão e do linho e metade do vinho, além das direituras de uma espádua de porco, um sexteiro de pão, duas galinhas com vinte e cinco ovos, um cabrito com uma galinha e um leitão. Havia ainda aqui outros casais que pagavam ao rei um almude de manteiga, uma galinha com dez ovos e uma quarta de vinho, por ano, além de fazerem serviço nos castelos (anúduva).
Segundo se pode ler na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira “o facto mais notável do século XIII é o foral concedido aos habitantes para o sítio de Codeçais. Em Setembro de 1257, o juiz de Panóias, Martim Martins, obedecendo às ordens de D. Afonso III nesse sentido, (…) passa uma carta de foral a quatro famílias nomeadas (…) para povoar o local dos Codeçais em termo de Vilarinho que, indubitavelmente é este, de Samardã. Este concelho de Codeçais era limitado ao sul pelo ribeiro que desce do Meroucinho e passa entre Vilarinho e Benagouro”. Aqui houve uma povoação chamada de Antela que recebeu foral em 1255, por mandado de D. Afonso III. Antela é um topónimo arqueológico, derivado de edificação dolménica. Desapareceu da freguesia como nome de povoação. Também o foro é dado a quatro famílias. Codeçais e Antela são pequenos concelhos que teriam existido apenas nos séculos XIII e XIV(…)



Trabalhado realizado por Diogo Reis Santos

Artesanato - Olaria de Bisalhães




A olaria de Bisalhães é um dos ex-libris de Vila Real, pela sua tradição secular que se prolonga até aos nossos dias. O barro é picado até se desfazer em pó, as impurezas são removidas, a mistura com a água cria a matéria-prima. Em seguida, o oleiro dá-lhe forma na roda e, antes que a peça seque, desenham-se flores e outros ornatos. A cozedura faz-se num forno aberto no chão.

Colocadas as peças, cobrem-se com rama de pinheiro verde, a que se ateia o fogo. O fogo é abafado com caruma, musgo e terra, para que se não libertem fumos e seja obtida a cor negra característica.

Na Festa de S. Pedro é tradição fazer-se a Feira dos Pucarinhos, onde os oleiros de Bisalhães vendem as peças que fabricam. A peça de barro mais procurada é a Bilha dos Segredos.